Maternidade é escola de oração
- Larissa Sassi
- 1 de mar.
- 4 min de leitura
Em Mateus 10, 13-16, encontramos um dos momentos mais tocantes do ministério de Jesus, quando Ele se aproxima das crianças, as acolhe nos Seus braços e as abençoa. Esse episódio nos revela muito sobre o coração de Jesus e também sobre a força da maternidade na formação espiritual de uma mulher. Ele nos ensina que, mais do que em qualquer outro lugar, as crianças têm algo precioso a nos ensinar sobre o reino de Deus.

"Deixem as crianças virem a mim e não as impeçam, porque o reino dos céus pertence aos que são como elas." (Mateus 10, 14).
Essas palavras de Jesus nos mostram uma profunda lição de humildade e pureza, características que as crianças naturalmente possuem. Mas, para as mães, isso é ainda mais relevante. A maternidade, esse chamado maravilhoso e desafiador, pode ser um verdadeiro campo de aprendizado, onde a mãe é instruída tanto a ensinar quanto a aprender.
Quando uma mãe se dedica a educar seus filhos, ela muitas vezes se vê ensinando sobre Deus, sobre oração, sobre o amor e a bondade do Senhor. Ela busca ser o exemplo, orientando seus filhos nos caminhos do Senhor. No entanto, a maternidade também oferece um espaço para que a mãe aprenda com seus filhos, especialmente no que diz respeito à vida de oração e à simplicidade que caracteriza o relacionamento com Deus e que podemos aprender com os pequenos.
1. Humildade e dependência de Deus
As crianças têm uma capacidade única de demonstrar confiança e dependência. Elas não pedem por ajuda nas coisas pequenas ou grandes. Em sua pureza, elas reconhecem sua necessidade de cuidado e atenção. Neste cenário, a mãe é constantemente lembrada de sua própria fragilidade e necessidade de Deus. Os filhos, com sua dependência, ensinam a mãe a se aproximar de Deus com humildade, reconhecendo que, assim como eles, ela também precisa da orientação divina em todos os momentos da sua vida.
2. A pequenez que agrada a Deus
Jesus, em Sua infinita sabedoria, escolheu ensinar o valor da pequenez, mostrando que o reino dos céus pertence àqueles que se tornam como crianças (Mateus 10, 16). A maternidade exige uma disposição constante de deixar de lado o orgulho, o egoísmo e as próprias vontades, abraçando a humildade e a vulnerabilidade. A mãe, ao cuidar dos filhos, é desafiada a ser pequena diante de Deus, reconhecendo que não pode fazer tudo sozinha, que precisa Dele a cada passo. As crianças, com sua simplicidade, trazem à tona essa verdade fundamental sobre o reino de Deus: a verdadeira grandeza vem na forma de humildade e serviço.
3. Alegria e gratidão no simples
Quem é mãe sabe o que é ser surpreendida pelas pequenas alegrias que as crianças proporcionam. O sorriso de um filho, uma palavra de carinho, a expressão de gratidão por algo simples – tudo isso revela uma alegria genuína e pura, que se espalha na vida cotidiana. A maternidade, portanto, nos ensina a viver com alegria no simples, a ver a beleza em cada momento, por mais comum que seja. E, ao aprender a se alegrar nas pequenas coisas, a mãe também aprende a rezar com um coração agradecido, a ver a mão de Deus em cada detalhe da vida.
4. Disposição para servir e aprender
As crianças têm a capacidade de nos ensinar todos os dias, seja pela sua curiosidade ou pela maneira como nos desafiam a sermos melhores. Elas nos convidam, muitas vezes sem perceber, a aprender com elas. Para a mãe, isso se torna uma lição preciosa. A maternidade exige uma constante disposição para aprender: aprender com os filhos, aprender sobre Deus, aprender sobre si mesma. E, acima de tudo, a maternidade nos ensina a servir. Assim como Jesus veio para servir, a mãe é chamada a se colocar a serviço de seus filhos com amor e entrega, o que reflete o coração de Cristo.
Assim como Jesus acolheu as crianças e nos mostrou que delas podemos aprender o que é necessário para entrar no reino de Deus, a maternidade também tem esse papel: ensinar e ser ensinada.
Ao cuidar dos filhos, a mãe é desafiada a viver uma vida de oração mais profunda, com humildade, alegria e disposição para aprender. Em cada gesto de amor, em cada oração silenciosa, ela se aproxima mais do coração de Deus, sendo moldada à Sua imagem.
Portanto, ser mãe é mais do que um papel de instrução. É, antes de tudo, um convite para aprender com os filhos, ser transformada pela simplicidade e humildade do reino dos céus, e viver com um coração aberto para a oração e para o serviço.
Que cada mãe possa se lembrar de que, assim como as crianças são preciosas para o Senhor, sua própria vida de oração e entrega é um reflexo do Seu amor e cuidado.
Fez sentido? Reze com o evangelho deste dia (01/03) e com carinho e com o coração desejando a oração, descubra como seus filhos são capazes de te conduzir a pequenez que abre as portas do Reino de Deus!
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